Sonho (e sono) perdido

Sonhámos nós com um fim-de-semana romântico. Sim, que isto de ter adiado la luna-de-miel deixou-nos de água-na-boca, pelo menos enquanto pensamos no momento certo (o.s, aquele em que será possível, tão atarefados que somos!!!).

Bem, lá fomos nós contentes e agradecidos ao Casal de Espinho pelo seu presente e sonhámos com um hotel de charme e welcome drink, o tratamento VIP no quarto, os pequenos-almoços no quarto, o piquenique na praia, o lanche tradicional inglês de chá e scones, os passeios a cavalo, os passeios de bicicleta,... enfim, tudo o que o presente incluía (só dispensaríamos os passeios de kayak e canoa). Palace do Capitão era o local. Almoçámos no já nosso Trás D'Orelha, em Torres Vedras e rumámos até S. Martinho do Porto.

Mas, eis que a fatalidade ocorreu! Chovia imenso. Ventania de cortar. Passeios e piquenique cancelados. Sorridentes por passarmos mais tempo no hotel a descansar. Mas, pior... passada a primeira noite, com muito custo, é certo, já só me passava pela cabeça o inferno que se estava a transformar a tão esperada escapadela.

Meus amiguinhos e minhas amiguinhas Palace do Capitão necessita urgentemente de uma actualização de colchões. Só queria fugir dali e de preferência para um fisioterapeuta ou ortopedista. Parecia que tinha levado uma coça daquelas que nunca levei e que mal nos aguentamos em pé e sem reclamar!! Aconselho a quem zele pela sua saúdinha a não por lá a patinha!!! Não se deixem encantar pelo charme e pelas 5 estrelinhas.

O Marido, que me ama muito, disse com carinho: «Amor, enquanto tomo um banhinho, vai lá abaixo, diz que recebemos uma chamada de Lisboa, que temos de voltar com urgência e pede para antecipar o check-out.»

Claro que não fui capaz. Rir-me-ia dessa conversa. Não obstante, desci as escadinhas e acabei por dizer que estava com umas dores insuportáveis no corpo, que parecia ter um lutador de sumo às cavalitas, tal a dor de ombros e pescoço e que a culpa era do colchão do tão afamado Hotel de 5 *!! Que só de pensar na próxima noite tinha ganas de fugir e que era isso mesmo que pretendiamos: fugir o quanto antes dali! A Sra, incrédula, apenas respondeu que os colchões são todos iguais e que, além disso, todos os outros quartos estavam ocupados, pelo que não se pôde negar. Pediu desculpa e ofereceu o consumo do mini-bar.

E, pronto, fomos almoçar à Nazaré:

pão, queijo, manteiga e azeitonas

1 Lagosta gratinada

1 Prato de camarão frito com salada e batata frita

1 Massinha de peixe com camarão

2 Águas

1 Garrafa de Muralhas

1 Flan caseiro

2 Gins

1 Café

€ 57, gente simpática e um sorriso na cara!! (Aí aconselhamos o bom e barato Varino)

Rumámos a casa e ainda pudemos ir à jantarada dos amigos ao leitão a Negrais e deliciarmo-nos com o Sr que nos servia de sobrancelhas mais arranjadas que as de muitas mulheres!!